quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Brincadeiras de infância

Puxa, hoje em dia fico vendo os brinquedos das crianças e me admiro com a diferença de quando eu era criança. A tecnologia realmente chegou para ficar. Tablets, celulares e computadores possuem novas atribuições, e por vezes é a única atribuição utilizada, que são os jogos eletrônicos. Não é mais incomum de vermos crianças, adolescentes e adultos jogando em seus dispositivos móveis.

Não sou uma pessoa idosa, mas na minha infância, jogávamos muito futebol e bets ou (bet-ombro), brincávamos de pique-esconde, polícia e ladrão, peão, bolinhas de gude, pipa, etc.

Lembro que tínhamos as estações para algumas brincadeiras, por exemplo, nas férias de Julho, como ventava muito na cidade onde morava, sempre brincávamos de empinar pipa. O mais legal era você produzir sua própria. Pegávamos um pedaço de bambu para fazermos a estrutura da pipa, usávamos papel de seda, uma linha 10 para auxiliar na estrutura, cola branca para colar o papel. Tinha que ter cuidado para não rasgar, então passávamos o dedo para uniformizar a distribuição da cola e não molhar muito a ponto de rasgar o papel.

Outra brincadeira que era muito legal, era polícia e ladrão. Sempre que tinha uma construção, aproveitávamos os finais de semana e dividíamos o pessoal em 2 grupos. Sempre estávamos evoluindo nossas armas. Iniciamos com armas de madeira onde imaginávamos um revolver ou uma espingarda. Com o passar do tempo, passamos a utilizar uma borracha para montarmos uma espécie de estilingue. Utilizávamos um prego pequeno para dar apoio à tampinhas, que eram nossa munição.

Quando não tinha nada, podíamos simplesmente pegar as manguinhas pequenas que uma mangueira derrubava por conta dos ventos e utilizávamos como "granada". Fora muitas outras brincadeiras que fazíamos, aproveitando nossas tardes. Ao ar livre. Entrávamos nas casas somente para almoço, café da tarde e janta. Fazíamos amizade com as crianças de toda a vizinhança. Sabíamos onde moravam, quem eram os pais... Ah, que saudades!

Minha filha, como toda esta geração, gosta de jogos eletrônicos, mas sempre incentivamos que ela faça brincadeiras ao ar livre, aproveitando o Sol, o vento... Brincamos com bola na quadra, jogamos ping-pong, gostamos de apostar corrida, andar de bicicleta, patinete, patins... E tenho certeza que, no futuro, serão estes momentos os que serão mais lembrados por ela. E você? Que tal tentar aprender a patinar assim como eu? Acredito que não importa a idade, precisamos sempre tentar aprender algo novo!

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Simplesmente... Família!

Olá pessoal,

Aqui aproveitarei para comentar lembranças que tenho da minha infância e adolescência. Vale ressaltar que nem todas as histórias que forem descritas aqui eu fui o protagonista. Por vezes são lembranças de colegas de escola, da vizinhança, etc. 
Iniciando segue um texto que encontrei em cadernos antigos... 

Família...

Ao nascer, sorriso e choro
Mesclados, unindo mãe e filha
No eterno laço do Amor.

O sorriso nos lábios de todos
Demonstram o afeto familiar.

A pequena, ainda assustada,
Encanta-se com as novidades
Que o mundo lhe oferece.

As sensações de sede e fome, 
Os movimentos, os sons,
Ver e reconhecer sua família,

Pais, avós, tios e primos.

Acalma-se ao ouvir a voz da mãe, 
Seu cheiro, seu olhar, seu calor.

Laços de um amor incondicional,
Criados antes mesmo 
De seu nascimento
E que nem mesmo o tempo
É capaz de abalar.

Ao passar das semanas,
Torna-se mais corriqueiras
As percepções ao redor,
Tudo é novidade, tudo é interessante.

Passam meses, chegam anos,
E no primeiro deles, o Amor
Torna-se mais forte, mais intenso.

A família, em uníssono, canta
A primeira, dentre uma série de
Canções de seu Natal particular.

A cada sorriso, a cada olhar,
A certeza de uma família unida
E que não há nada que possa
Esta história abalar...

Porém, a vida, tão efêmera,
Mostra sua fragilidade,
A primeira perda sendo sentida
Trás o valor de estar juntos
A cada choro, a cada dor,
Também trás a união.

Anos passam e chega-se à escola.
Pessoas diferentes, muito diferentes.

É hora de interagir com estranhos, 
E desta vez, sozinha...

Nessa hora percebe-se
Que os ensinamentos recebidos,
Já estão intrinsecamente
associados a quem somos,
Nesta hora silenciosamente,
Agradecemos nossa família.

Depois disso, cada passo avançado,
Fortalece a individualidade.

A partir de então, sem perceber,
Não há mais... Nós;
Somente EU.

Muitas serão as quedas,
Algumas delas muito doloridas,
Mas todas igualmente importantes...

Sem ser percebido
Algo importante acontece,
Os valores ensinados por familiares, 
Unem-se à individualidade social,
E formam o caráter.

O tempo... Ah, o tempo...
Impiedosamente caminha, 
Sem nunca nada esperar.

Tudo que é jovem muda,
Todo alimento estraga,
Toda ferida se fecha...
Será mesmo?

Apesar de todo o poder
Que o tempo exerce,
Uma coisa é certa:
Não muda o amor de mãe!

A gratidão dos filhos,
Nem sempre é clara
Aos olhos dos pais.

Como também aos filhos,
Não é claro o direcionamento
Que os pais remetem 
Aos seus descendentes.

Mas para ambos um olhar,
Um beijo, um abraço,
Uma conversa franca,
É suficiente para mostrar
A força do Amor familiar.

Já adulta sem se dar conta
Os valores que aprendeu,
São aos filhos transmitidos.

Esta é a maior prova,
Que os pais podem receber
De que valeu a pena!

Tudo o que ensinaram, 
Além de ser aprendido, 
Aos netos está sendo 
De igual forma ensinado.

Já idosa, seus bens mais preciosos,
É a família que construiu,
A família que possuiu,
E a memória que lhe ficou.

Nem tudo foram flores,
Mas as marcas dos espinhos 
O tempo e o incessante Amor
conseguiram apagar.

Após tanto tempo, tantas dores,
Tantos espinhos, tantos amores,
Só o que nos resta... 
É a família!


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Peixe: Vivo ou Morto?

    Iniciando nosso Papo de Família, lembro-me de um episódio protagonizado pela minha filha que muito me chamou a atenção.

    Certa vez ela me pediu para que eu desenhasse um peixe bem bonito. Bem, confesso que desenho não é o meu forte, mas como o pedido partiu da minha garotinha, resolvi atende-lo da melhor forma possível.

    O peixe pedido foi então desenhado. Tentei deixa-lo o mais bonito para que ela gostasse. Olho bem redondinho, corpo com uma silhueta próxima de um peixe de verdade, nadadeiras e boca iniciando com traços finos e depois espessando, enfim, fiz o melhor que pude. Depois que finalizei o desenho, pintei com cores que achei que chamariam a sua atenção. Depois de pronto me senti contente com o resultado. Levei até ela e o entreguei para que ela visse.

    À primeira vista notei uma grande surpresa e logo a seguir veio sua expressão “Que lindo!”. Pronto! Naquela frase, pronunciada de maneira tão inocente, verdadeira e empolgante que somente as crianças conseguem, senti que o meu objetivo estava cumprido.

    Após alguns segundos, notei que ela continuava observando o meu desenho mas a sua feição já não estava tão satisfeita como anteriormente. Voltei a perguntar se ela havia gostado realmente do meu desenho. Ela virou-se para mim, sorrindo e me disse: “Sim! O seu peixinho está muito bonito, posso ficar com ele?”. É claro que atendi ao seu pedido e voltei a ficar satisfeito com o que fiz.

    No outro dia, quando voltei para casa para almoçar, pouco antes de leva-la à escola, ela veio bem sorridente me abraçou forte e me entregou um desenho de um peixe que ela havia feito. Notei que ela se baseou muito no desenho que eu fiz e fiz uma baita festa, elogiando muito o seu desenho, afinal, com 4 aninhos ela havia feito um desenho realmente surpreendente! Porém o mais interessante ainda estava por vir.

    Ela me deu um novo abraço e perguntou mais uma vez se eu havia gostado de seu desenho e eu novamente vez disse que havia gostado sim, muito. Então veio a pérola. Ela me disse: “Eu acho que o seu desenho ficou mais bonito que o meu. Mas o seu peixinho estava morto né papai? Ele não estava na água... O meu está dentro da água e está muito feliz!”. Na hora que ela me disse isso, imediatamente eu comparei os desenhos e notei que no desenho que fiz eu não desenhei as bolhinhas de ar saindo da boca do peixinho, não pintei o azul da água, não fiz traços simbolizando o movimento da água e a boca do meu peixe estava sem expressão nenhuma, enquanto que a do peixe que ela fez havia um discreto sorriso. O sorriso de um peixinho vivo, muito ativo e que estava muito feliz em nadar por uma quantidade aparentemente infinita de água.

    É isso aí pessoal! Nós, como pais, temos a responsabilidade de ensinar tudo o que pudermos às nossas crianças, mas tenho certeza quando digo que, em vários momentos, nós somos quem mais aprendemos com elas.